sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Poema: Apenas, um filho teu!

sexta-feira, fevereiro 19, 2016 Posted by: Caminho em Big Field., 1 comments

Não! Não me peçam mais!
Não a tenho mais!
Não adianta insistir 
Pra eu mostrar a carteirinha de crente,
De santo, filho de Deus contribuinte...
Não! Não me peçam mais!
Não a tenho!
Já, há muito, rasguei a carteirinha
Com foto 3x4 em black and withe 
Onde o preto se esconde 
Sob um pseudo branco sem mácula.
Não! Não a tenho mais...
A carteirinha, passaporte dos bons,
Dos arrogantes “do pedaço”
Que, mediante a fé alheia,
Arvoram na carteirada:
“-Você sabe com que filho de Deus está falando?”
Não! Eu não tenho mais a carteirinha ungida
Por óleo barato que frita batata em esquina.
Rasgueia-a ,já, faz tempo!
Exterminei-a quando minha imagem, no espelho,
Refletiu a imagem em 3x4, quadrante hipócrita,
De um Judas que vive a barganhar seu Cristo.
Quando percebi que o nome da “instituição”, no topo,
Era a mesma que se denominava a “casa dos tesouros”,
Onde fariseus vendiam bodes pro sacrifício dos tolos.
Rasguei-a! Rasguei-a até o último pedaço
Não mais poder identificar-me como “irmão de fé”,
Que comunga de tão perto, de tão perto
Que sabe de cor e cor tudo a respeito
Do “pecado” do outro;
Afinal, a carteirinha que vocês me pedem,
Nada mais era que uma licença falsa 
Para auscultar coração alheio.
Não! Terminantemente, não me peçam mais!
Muito menos, me proponham segunda via.
Quero exercer minha fé “sem lenço, sem documento”.
Quero passear pelas ruas como homem livre,
De mãos dadas com um Deus
Que não me pede pra mostrar-me quem sou
Toda vez que dobro a errada esquina.
Quero-O lá, ao fim da rua, da equivocada escolha,
Ao fim do túnel, quando eu aparecer desfigurado
Por ter teimado andar errado,
E ouvir de Sua boca sem ter que lhe mostrar um 3x4:
“-Vem filho meu. Despeja sua alma cansada em meu colo. Vem. Assenta-te bem perto de mim e aprenda de mim. Aconchega-te, pois o meu amor para contigo não tem fim,e, é com ele que olharei teus descaminhos. Vem, pois, filho amado de meu Pai, pois o meu jugo é suave e meu fardo é leve.”
E, assim, poderei olhar seus olhos e responder sem mostrar qualquer documento:
“Senhor, Tu me sondas e me conheces (..) Pra onde fugirei de Tua face? (...) Tu És o Cristo, o Filho do Deus Vivo...(..) ...E nada me separará de ti: nem o mar, nem suas profundezas; nem as angústias ou desventuras; nem alegrias ou riquezas outras...” , pois, sabes quem sou, desde o ventre de mim mãe onde fui formado em suas entranhas, sabes quem sou... E eu a Ti: 
TU ÉS O CRISTO, O FILHO DO DEUS VIVO...(...)... SENHOR MEU E DEUS MEU!”

Sandra Silva/11


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

“DESCONSTRUÇÃO”: um mito pós-moderno!

quinta-feira, fevereiro 04, 2016 Posted by: Caminho em Big Field., 1 comments

“Desconstrução” é uma palavra nova entre os humanos. Vem de algo que não é um “destruir”, mas um desmontar gradual, e que inclui o processo de entender o que se está desmantelando, sem cometer, assim, injustiças com o que era; ao mesmo tempo em que não se deixa dúvida de que aquele é um ato de insatisfação; e que ou propõe ou busca uma alternativa; a qual poderá até aproveitar o que de bom ainda houver na estrutura em processo de desmonte. 

“Desconstrução” é uma palavra politicamente correta. Sim, ela está cada vez mais na moda. A primeira vez que me dei conta dela foi em inglês, aí pelo meio da década de 80. Depois li alguns teólogos católicos que usavam e abusam da palavra. Na década de 90 ela entrou para o dicionário cult. Então, nesta primeira década do novo milênio, ela ganhou sua popularidade conceitual e elegante. Ficou cult dizer que se está desconstruindo algo. Parece que você está sendo revolucionário. Dá um ar de construtividade destrutiva inteligente. É legal. É cool! 

Desconstruir, porém, do ponto de vista do Evangelho, ainda é uma falsificação farisaica, apenas politicamente correta. Sim, porque Jesus não veio para desconstruir, mas para fazer o novo. 

A desconstrução já é feita pela própria realidade; e tudo o que não for desconstruído pela própria realidade não terá sido desconstruído, mas sim, destruído. 

Jesus não destruiu e nem desconstruiu a religião de Israel. Ele apenas fez o Seu próprio Caminho. Ele era a Realidade. Assim, não vemos em Jesus qualquer analise a fim de buscar um bom posicionamento. Não! Ele é o Posicionamento! Ele faz o que é Real. Por isto, ele não destrói e nem desconstrói. Ele apenas faz o Novo. E assim o que é destrutível ante o que é Real, cai na extinção do lago de fogo das ilusões; e assim o que é desconstruível, se desmonta por sua própria conta. E se Jesus não deixa ninguém para trás nem mesmo para sepultar um pai já morrido, deixará que fique alguém para trás a fim de exumar aquilo que já não é? 

Jesus não constrói também. Ele dá a semente. Ele planta. Ele a semeia no útero da terra. Ele a rega. Ele dá a ela luz. Ele faz mudar as estações a fim de que o ciclo da vida entre em curso. Ele a faz florescer. Ele a abre em frutos, na estação própria. Jesus é como o Pai. O Pai cria, mas não constrói. Os homens fazem. O Pai chama à existência pela Palavra de Seu poder. Deus nunca “construiu” nada; e como Jesus só fazia o que via em Seu Pai, também nada “construiu”; nem mesmo um livro deixou para nós. 

O livro, com bom senso, nós reunimos num volume. Jesus, porém, não construiu nada; pois havia criado tudo. Ele também não reforma nada. Ele trans-forma tudo. 

Sim, em Jesus não existe nenhum espírito de Reformação, mas apenas de transformação! 

Não desperdiça pano novo em veste velha, pois, estragam-se ambos. Não recomenda que se ponha vinho novo em odres velhos pela mesma razão. Também não crê que aquele que se viciou no vinho avinagrado e velho, e que já misturou seu gosto à pele do odre de couro, jamais considerará o vinho novo melhor. E quando olha para trás, Ele vê Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Davi, menciona Moisés, e João Batista, fazendo aos profetas apenas alusões de significado. Recomenda que se ande na fé que tiveram, mas não faz estudos sobre eles. Nem tampouco recomende que se siga o modelo deles. Não! Jesus diz que eles andaram pela fé e manda que na mesma confiança caminhemos. Mas não tenta reeditar nada. 

O Reino de Deus, que é a Sua mensagem, sendo sinônima de Evangelho, tem seu caminho para frente... Desconstrução, entretanto, é ainda uma palavra de quem de tão educado, deseja desmontar algo com as cautelas dos arqueólogos de múmias. Jesus, todavia, passa ao largo de tal escavação e pára diante de tumbas apenas para ressuscitar mortos; pois, Seu Caminho, é Vida; e não um movimento de construção e nem tampouco de desconstrução; mas sim de transformação e de criação; sempre! 

O resto, a desconstrução, fica para o trabalho de exumação destrutivamente criativo de quem tem tempo não apenas para, com os mortos, sepultar mais mortos; mas até para viver para entender os mortos, ao invés de buscar servir os vivos, que é o único caminho para discernir o homem; e, assim, participar do processo de transformação em si mesmo, bem como no servir de adubo da Graça na transformação e na criação de outros seres humanos; de gente nascida de novo; não de seres reconstruídos depois de devidamente desconstruídos. Como se tal fosse possível! 

Essa é uma tarefa para a religião, não para o povo do Reino! 

Pense nisso!